QUEM É O VOSSO DEUS?

Enquanto que Moisés se encontrava na presença de Deus, no monte Sinai, os filhos de Israel disseram a Aarão: «Levanta-te e faz-nos deuses que vão adiante de nós, porque quanto a este Moisés, este homem que nos tirou da terra do Egipto, não sabemos o que lhe sucedeu» (Êx. 32:1).

Aarão fundiu um boi de ouro, para que o povo se divertisse diante do «seu» deus! Pensais que para eles era uma adoração ou festa pagã? Não! Para eles era quererem fazer uma festa em honra ao Senhor Eterno. Foi o que eles disseram. «E Aarão vendo isto, edificou um altar diante dele; e Aarão apregoou e disse: Amanhã será festa ao Senhor» (Êx. 32:5). Este acontecimento é profético em relação ao que a humanidade não deixou de fazer desde então. O homem ergueu ídolos, aos quais tem dado o nome de Deus há já milhares de anos.

Muitas vezes têm estabelecido os seus próprios salvadores, aos quais dão o nome de Jesus Cristo. Se as pessoas adoram Bal, ele não deixará de ser Bal, mesmo que lhe chamem «deus». Se adoram Mitra, este sempre será Mitra, mesmo que lhe dêem o nome de Jesus Cristo, de «seu salvador». A antiga Israel deu o nome de Senhor ao boi de ouro, mas não deixou de ser um boi, era um ídolo, mesmo chamando-lhe senhor.

As Sagradas Escrituras demonstram, que não é suficiente adorar o que é denominado «deus». É indispensável verificar por detrás dessa etiqueta e ver se na realidade se trata de adorar a Deus, ao Deus Vivo. Vejamos o exemplo que nos dá Moisés, quando se encontrou diante da sarça ardente: «E Moisés disse: Agora me virarei para lá e verei esta grande visão, porque a sarça não se consumia. E vendo o Senhor que se virava para lá a ver, bradou Deus a ele do meio da sarça e disse: Moisés, Moisés. E ele disse: Eis-me aqui.» (Êx. 3:3, 4). Se continuarmos a leitura, constatamos que o Senhor é Deus no Antigo Testamento. «Então disse Moisés a Deus: Eis que, quando vier aos filhos de Israel e lhes disser: O Deus de vossos pais me enviou a vós, e eles me perguntarem: Qual é o seu nome?, que lhes direi? E disse Deus a Moisés: Eu Sou O que Sou. Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel. Eu Sou, me enviou a vós. E Deus disse mais a Moisés: Assim dirás aos filhos de Israel: O Senhor, Deus dos vossos pais, o Deus de Abraão, o Deus de Isaac e o Deus de Jacob me enviou a vós. Este é o meu nome eternamente, e este é o meu memorial de geração em geração» (Êx. 3:13-15). Moisés sabia que não era suficiente dizer: Deus é o Seu nome! O Deus do qual lhe ia falar tinha que ser definido, porque os filhos de Israel, quando estavam no Egipto conheciam ídolos que eram considerados e adorados como sendo deuses, como por exemplo Rá, Osíris e muitos outros. Existiam assim, muitas divindades diferentes, o que causava grande confusão, pois chamavam deuses a muitos ídolos que não eram deuses, como também abundam hoje em dia.

Mais tarde o Deus Eterno deu-se ao conhecimento ao dizer: «Eu sou o Senhor teu Deus, que te tirei da terra do Egipto, da casa da servidão. Não terás outros deuses diante de mim» (Êx. 20:2, 3). O Senhor descreve o homem na sua maneira de decidir criar os seus próprios deuses e diz: «A quem me fareis semelhante e com quem me igualareis e me comparareis, para que sejamos semelhantes? Gastam o ouro da bolsa e pesam a prata nas balanças: assalariam o ourives e ele faz um deus e diante dele se prostram e se inclinam. Sobre os seus ombros o tomam, o levam e o põem no seu lugar; ali está no seu lugar, não se move; e se recorrem a ele, nenhuma resposta dá, nem livra alguém da sua tribulação» (Is. 46:5 a 7).

Esta passagem não vos faz pensar nos antigos adoradores de estátuas e imagens dos séculos passados? E no entanto, hoje, qualquer pessoa pode com facilidade, entrar numa casa da especialidade e obter uma imagem de gesso, madeira, metal, ouro, prata, etc., um crucifixo ou uma simples cruz. Levam esses objectos para casa, depois penduram-nos nas paredes e pretendem que, o que é resultado do trabalho e da imaginação de um pintor ou escultor, sejam os seus «salvadores». Mas de onde veio essa ideia de fabricar um deus, de escolher uma estátua de Cristo e não uma outra?

Não é fruto da imaginação desenvolvida, devido ao facto de ouvirem ou lerem as recomendações que são dadas, desde há muito, nas páginas da Bíblia, mas sim porque se ouviu da boca dos pais, dos avós ou de outras pessoas, ou ainda por se ter lido sobre isso, e logo se tem o desejo, que Deus seja para nós, como nós queremos que seja. É precisamente isso que Deus diz: «A quem me fareis semelhante?»

O homem quando nasce, não trás consigo ideias religiosas formadas. Não! Ele aprende-as e desenvolve-as ao ver os seus pais praticarem uma religião e ao ouvi-los orar de acordo com essa religião. As pessoas formam assim, as suas ideias pessoais sobre Deus, através das coisas que lhes ensinaram. As crianças são inocentes, tanto acreditam no São Nicolau, como no Pai Natal, como em Deus. As definições de pecado, de Céu, de inferno, do diabo e até mesmo de Deus foram-lhes impostas segundo crenças de outras pessoas. Todas estas coisas são reinterpretadas pela memória e pela imaginação das crianças como se fossem conformes à Palavra de Deus, o que não é verdade. Esta é a razão pela qual existem tantas denominações diferentes, cada uma com as suas doutrinas mais ou menos afastadas da Palavra de Deus. Mais tarde, estas ideias sobre Deus vão-se modificando, à medida que o tempo passa!

Mas Deus nunca muda, Ele permanece o mesmo de ontem, hoje e eternamente. A história demonstra, que as pessoas sempre deram aos seus deuses as suas próprias características. Cada nação criou o seu deus e esse deus assemelha-se com os que o inventaram. Ele ama e odeia o que a nação ama e odeia, ele está sempre do lado dos mais fortes, é sempre muito patriótico, detestando as outras nações, excepto a sua. Os alemães não hesitaram em afirmar: «Gott mit uns», o que significa: «Deus connosco». A França considera-se a filha mais velha da igreja e assim a preferida de Deus.

Como é que pessoas com opiniões divergentes podem evitar tantas ideias diferentes sobre Deus? Simplesmente indo verificar à fonte da verdade, à Palavra de Deus, que revela a identidade do Deus Vivo. Porque é que o homem chegou ao ponto de criar um deus que se parece com ele ou que apresenta os traços de um animal? Porque descobriu certas passagens antigas, representando os deuses como seres cruéis, vingativos, selvagens, ignorantes, fazendo prova de parcialidade com os que os criaram ajudando-os a roubar e a destruir os outros. O homem chegou à conclusão que não existia outro deus para além do seu, mas se tivesse olhado um pouco mais longe, teria descoberto um Deus pleno de amor e compaixão.

Descubramos algumas afirmações bíblicas sobre as características do Deus eterno: Ele caminhava no jardim do Éden (Gén. 3:8), Ele comeu com Abraão (Gén. 18:8), Ele escreveu com o Seu dedo nas tábuas de pedra (Êx. 31:18), Ele tem ouvidos para ouvir (Is. 59:1), Ele fala por intermédio de uma boca (Is. 58:14). Nas Escrituras, encontramos muitas referências parecidas com estas. Foi o homem que foi feito à imagem de Deus e não Deus que foi feito à imagem do homem. Porquê? Porque o destino do homem é o de vir a nascer no seio da família de Deus. O apóstolo João escreveu: «Amados, agora somos filhos de Deus, (filhos gerados, ainda não nascidos), e ainda não é manifestado o que havemos de ser. Mas sabemos que quando Ele se manifestar, seremos semelhantes a Ele, porque assim como é, o veremos» (I João 3:2). Desde toda a eternidade, que Deus tem mãos, orelhas, olhos, braços e pernas. Para além disso, Ele tem sentimentos, emoções, Ele pensa e tem uma vontade.

Assim, quando Deus ou a família divina, deu início ao seu plano de alargamento familiar através dos filhos espirituais, Ele criou Adão e Eva com um corpo físico parecido com o Seu corpo espiritual e ainda com um espírito criativo como o Seu. Actualmente, o homem é físico, enquanto que Deus é espiritual. Ele é composto por espírito, como o homem o será aquando da sua primeira ressurreição, caso faça a vontade de Deus. Por enquanto, o espírito do homem é limitado, o que não acontece com o espírito e inteligência de Deus.

O homem engana-se, terrivelmente, ao atribuir maus pensamentos e más intenções a Deus. Leiamos o que o Senhor declara: «Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos os meus caminhos, diz o Senhor. Porque, assim como os céus são mais altos que a terra, assim são os meus pensamentos mais altos do que os vossos pensamentos, e os meus caminhos mais altos que os vossos caminhos. Porque, assim como desce a chuva e a neve dos céus e para lá não torna, mas rega a terra e a faz produzir e brotar e dar semente ao semeador e pão ao que come. Assim será a palavra que sair da minha boca: ela não voltará para mim vazia, antes fará o que me apraz e prosperará naquilo para que a enviei» (Is. 55:8 a 11). Deus é muito claro e faz-nos compreender, que a sua palavra não ficará improdutiva. Na época medieval os deuses foram a desculpa para cobrir a terra de sangue. O homem construía catedrais para o seu deus, ao mesmo tempo que abundavam salas de tortura e instrumentos de suplício para todos os que não venerassem o mesmo deus. Mas a Bíblia mostra-nos claramente que esse deus era apenas uma invenção do homem seduzido por Satanás. Não é pois de admirar que muitas pessoas ficassem desiludidas, angustiadas com esse deus que era um monstro de crueldade. Esse deus, não era o Deus Vivo. O Deus verdadeiro é um Deus de amor, de paz, de misericórdia, bondoso, lento em cólera, e rico em bondade.

Noutros tempos, o homem pensava que a Terra era o centro do Universo. Existem muitas falsas ideias deste género e a maior parte delas foram espalhadas em nome de Deus: Porquê? Porque o homem tinha inventado o seu deus, pondo-lhe na boca todos esses erros de astronomia, geografia, filosofia e de moral. Se o homem acreditava na escravidão, o seu deus também acreditava; se acreditava no fogo do inferno, onde se sofreria tormentos eternos, também o seu deus acreditava. Se tinha vontade de ir para a guerra, automaticamente o seu deus também o desejava. Um zelo religioso com tais deuses é incompatível com a paz. Os que amam tais deuses, acabam por amar menos os outros, esquecendo o que o Deus Vivo tinha afirmado: «Tu amarás o teu próximo como a ti mesmo: Eu sou o Senhor» (Lev. 19:18). E o apóstolo João acrescentou: «Se alguém diz: Eu amo a Deus e aborrece o seu irmão (aqui a palavra «aborrece» vem do grego MISEO, que significa amar menos), é mentiroso. Pois quem não ama o seu irmão ao qual viu, como pode amar a Deus a quem não viu? Dele recebemos este mandamento: que quem ama a Deus, ame também o seu irmão» (I João 4:20, 21).

Segunda parte:

Quando compreendemos bem a história e o que se passa actualmente, falar de Deus desconcerta muitas pessoas, por causa dos sentimentos que existem no coração. Isto, porque Lhe atribuem uma grande severidade e mesmo uma falta de compaixão.

Vejamos o que Jesus declarou aos seus discípulos: «Um novo mandamento vos dou: Que vos ameis uns aos outros; como eu vos amei a vós, que também vós vos ameis uns aos outros. Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros» (João 13:34, 35). Estas palavras já existiam no Antigo Testamento, mas o que há de novo neste mandamento, é que nos devemos amar uns aos outros como Jesus nos amou e Ele nos amou ao ponto de dar a Sua vida por todos. Podemos constatar esse amor à nossa volta? Combate-se no mundo em nome de Deus, chegam mesmo a abençoar armas para a morte em nome do Deus do amor. O ensino bíblico não ensina o homem a superiorizar-se para com o seu próximo, mas sim a cultivar a natureza divina, o carácter divino depois do arrependimento e do baptismo. Este é o verdadeiro objectivo de todo o discípulo de Cristo.

O apóstolo Pedro declarou: «Visto como o seu divino poder nos deu tudo o que diz respeito à vida e piedade, pelo conhecimento daquele que nos chamou por sua glória e virtude. Pelas quais, Ele nos tem dado grandíssimas e preciosas promessas, para que por elas, fiqueis participantes da natureza divina, havendo escapado da corrupção, que, pela concupiscência há no mundo» (II Pedro 1:3-4). Quanto ao apóstolo Paulo acrescentou: «De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus. Que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, mas aniquilou-se a si mesmo tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens» (Fil. 2:5-7). Jesus Cristo, que é Deus de toda a eternidade, não hesitou em abandonar a Sua divindade, para se tornar Salvador do mundo, morrendo por todos.

Desta forma, despiu-se da Sua divindade para ser o vosso Salvador. Ninguém consegue compreender e adoptar a maneira de pensar e de agir de Deus, sem ser pelo Espírito Santo, que como dizem as Sagradas Escrituras, não é uma pessoa, mas sim, o Espírito, o pensamento de Deus. O homem pode receber esse poder que vem de Deus depois de se arrepender das suas transgressões e da sua conversão para uma vida em conformidade com a lei de Deus. A Bíblia diz-nos, que Deus dá o Seu Espírito Santo àqueles que lhe obedecerem (Actos 5:32).

Também está escrito, que os pensamentos do homem são muito diferentes dos de Deus. Assim, tudo o que o homem possa imaginar sobre Deus, sobre o que Ele ama ou detesta, não tem valor algum, excepto se estiver em conformidade com a Palavra de Deus. Sem esta confirmação, o homem apenas pode fazer um deus à sua imagem, como os fabricantes de imagens, crucifixos ou cruzes.

As Escrituras dizem-nos que Jesus era semelhante a Seu pai, tinha um carácter semelhante ao Dele e Ele é o nosso exemplo. Não esqueçamos sobretudo, o que Ele disse ao Seu Pai a respeito dos discípulos: «Para que todos sejam um, como tu ó Pai o és em mim, e eu em ti; que também eles sejam um, em nós, para que o mundo creia que me enviaste. Para que sejam um como nós somos um ... Eu neles e tu em mim, para que sejam perfeitos na unidade (...)» (João 17:21-23). Pensais que todas as igrejas cristãs são verdadeiramente «unidas» com Deus e Jesus Cristo? Porque razão não são elas unidas? Esta questão é primordial e pede reflexão da vossa parte. Vejamos alguns exemplos:

Certas igrejas observam os novos símbolos da Páscoa todos os dias, outras todos os domingos, outras ainda, todos os três ou quatro meses. Poderão elas ser todas guiadas pelo mesmo Espírito ou pelo mesmo Deus? Todas elas afirmam ser guiadas pela Palavra de Deus. É possível?

O dia de repouso é o domingo para uns, enquanto que para outros não pode ser outro que o sábado. Há ainda, os que pretendem ter o direito de escolher um dia qualquer. Tanto o Novo, como o Antigo Testamento provam que o domingo, nunca foi o dia de repouso que Deus estabeleceu para a humanidade. Então, qual é o deus que os guia?

Podemos falar igualmente, entre outras coisas, das festas anuais de Deus, que foram dadas à perpetuidade e que descrevem o grande plano de Deus para toda a humanidade. Mas elas são desprezadas pela grande maioria dos que se consideram cristãos. Não teriam elas sido observadas por Jesus Cristo e pelos seus discípulos? Então porque colocá-las de lado e substitui-las por outras festas, todas elas de origem pagã?

Para quê renovar continuamente o sacrifício de Cristo, através da celebração da missa, quando o nosso Salvador se ofereceu de uma vez para sempre, como Paulo escreveu na sua epístola aos Hebreus 10:10, 14?

Porque razão, dizem que Jesus falava por parábolas para melhor o compreenderem, quando Ele próprio afirma o contrário? Vejamos o que Ele diz: «E, acercando-se dele os discípulos disseram-lhe: porque lhes falas por parábolas? Ele respondendo, disse-lhes: Porque a vós é dado conhecer os mistérios do reino dos céus mas a eles não lhes é dado. Por isso lhes falo por parábolas, porque eles vendo não vêem; e, ouvindo, não ouvem, nem compreendem» (Mateus 13:10, 11-13).

Também o apóstolo Marcos fala sobre este assunto no seu evangelho: «E, quando se achou só, os que estavam junto dele com os doze interrogaram-no acerca da parábola. E ele disse-lhes: A vós, vos é dado a saber os mistérios do reino de Deus, mas, aos que estão de fora todas estas coisas se dizem por parábolas. Para que vendo, vejam e não percebam; e, ouvindo ouçam e não entendam; para que se não convertam e lhes sejam perdoados os pecados» (Marcos 40:10-12). Estas duas passagens bíblicas não estarão em contradição com o cristianismo tradicional? Qual é então o deus em quem ireis acreditar? Naquele que a Bíblia nos revela ou naquele, em que as igrejas do mundo vos tentam fazer acreditar? É uma escolha que deveis fazer! Cabe a cada um de vós a responsabilidade de saber, quem é o vosso Deus. Se é aquele que a Bíblia ensina ou aquele que os homens ensinam. Recordai-vos que existe uma passagem no Antigo Testamento, que nos revela que o Senhor do Antigo Testamento não é aquele que se tornou o Pai, mas sim aquele que se tornou o Messias, o nosso Salvador, que existe desde toda a eternidade. «Então Moisés disse a Deus: Eis que quando vier aos filhos de Israel e lhes disser: O Deus de vossos pais me enviou a vós; e eles me disserem: qual é o seu nome? Que lhes direi? E disse Deus a Moisés: ... Eu Sou me enviou a vós» (Êx. 3:13-14). Falando de Abraão, os Judeus disseram a Jesus: «Tu ainda não tens cinquenta anos e viste Abraão? Disse-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo que, antes que Abraão existisse, Eu Sou» (João 8:57, 58, versão Louis Segond e João Ferreira de Almeida).

A tradução de Crampon dá-nos o seguinte comentário, sobre esta passagem: «Eu Sou», palavras que marcam a preexistência eterna e afirma uma existência fora do tempo. A Bíblia de Jerusalém traduz da seguinte forma esta passagem:... antes que Abraão existisse, Eu Sou. «Eu Sou» é um nome que põe em relevo a eternidade de Cristo. Foi por esta razão, que os Judeus O acusaram de blasfémia: «Então pegaram em pedras para lhe atirarem; mas Jesus ocultou-se e saiu do templo» (João 8:59). A Bíblia de Jerusalém faz o comentário seguinte: «a pretensão de Jesus a uma existência divina é aos olhos dos Judeus uma blasfémia passível de lapidação (Lev. 24:16)». Vejamos agora a detenção de Jesus: «Sabendo, pois, Jesus todas as coisas que sobre ele haviam de vir, adiantou-se e disse-lhes: A quem buscais? Responderam-lhe: A Jesus nazareno. Disse-lhes Jesus: Sou eu. E Judas, que o traía, estava com eles. Quando pois lhes disse: Sou eu, recuaram, e caíram por terra» (João 18:4-6). A Bíblia Companion traduz «Sou eu» por: «Eu Sou ele». Para responder aos que tinham vindo para o prender, Jesus Cristo serviu-se de um dos nomes que tinha, antes de ser um simples homem (Êx. 3:14). É a grandeza desse nome, que fez recuar e cair os que vieram para O prender. Nesta passagem, os tradutores deveriam ter traduzido «Eu Sou», em vez de «Sou Eu», como em João 8:58.

Porque razão, tantas organizações religiosas confundem Jesus com o Altíssimo, Seu Pai? Porque razão existe tanta gente que acredita na trindade, quando essa palavra não se encontra na Bíblia? Já alguma vez pensastes que se o Espírito Santo fosse uma pessoa da família divina, seria ele o Pai de Jesus, porque Mateus informa-nos que a virgem concebeu pelo poder do Espírito Santo (Mat. 1:18-20).

São muitas as divergências entre os ensinos religiosos clássicos e a Palavra de Deus. Muitas pessoas responsabilizam Deus por tudo o que se passa actualmente no mundo, mas não compreendem, que é Satanás o principal culpado. Fazem assim de Deus, o culpado da poluição, das guerras, das doenças, da fome, etc. Mas pelo contrário, são os homens que não fazem caso do seu Criador, nem o reconhecem como tal. O Deus Vivo, o Deus verdadeiro diz-nos que não é Ele o deus deste mundo, mas sim Satanás.

Paulo escreveu: «Mas, se ainda o nosso evangelho está encoberto, para os que se perdem está encoberto. Nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos que não crêem, para que lhe não resplandeça a luz do evangelho de Cristo, que é a imagem de Deus» (II Cor. 3:3-4). Este mundo continua a ser seduzido por Satanás, mas não compreende isso. Satanás encoraja o mundo a inventar um Cristo fraco, com longos cabelos e que continua pregado na cruz do sacrifício, mas esse Cristo é apenas o resultado da imaginação deles. Paulo escreveu: «Porque ainda que haja, também alguns que se chamem deuses, quer no céu, quer na terra, como há muitos deuses e muitos senhores; todavia para nós, há um só Deus, o Pai de quem é tudo e para quem nós vivemos; e um só Senhor Jesus Cristo, pelo qual são todas as coisas, e nós por Ele» (I Cor. 8:5-6).

Recordai-vos ainda, que o antigo Israel representou o Deus, que os tinha tirado do Egipto, através de um boi em ouro, um deus mudo e surdo, incapaz de ouvir e responder. Quando o povo se encontrava junto ao monte Sinai, a montanha tremia com violência, havia trovoada e relâmpagos, uma espessa nuvem elevou-se e ouvia-se um enorme som de buzina que fazia o povo estremecer (Êx. 19:16-18). Mas apesar de todo este extraordinário espectáculo eles não compreenderam a glória do Deus Eterno, pois o que mais os preocupava era o medo de morrer.

Então quem é o vosso Deus? É o Criador de todas as coisas, ou um deus inventado, um deus fabricado pelos homens que rejeitam o que as Escrituras afirmam?