A LEI DE DEUS DESUMANIZA?

Porque razão milhões de pessoas, incluindo muitas das que se consideram cristãs, procuram minimizar, ou mesmo anular de uma maneira ou de outra, a perfeita codificação da lei que Deus deu ao homem há já quase 6.000 anos? E porque razão também, tantas pessoas presumem erradamente, que Jesus Cristo veio à Terra abolir a lei de Seu Pai?

Um pregador «cristão» pregava, recentemente à sua congregação o seguinte: «A lei pode desumanizar-vos!». Será isto verdade? Ou será antes, a transgressão dos Dez Mandamentos, que desumaniza os homens? Quando alguém desonra os seus pais, mata o seu próximo e pratica o adultério, ou comete qualquer coisa semelhante, não são estas coisas que desonram tanto o culpado como a vítima? A santa lei de Deus tem por objectivo civilizar e humanizar a vida de todos os que obedecem.

Actualmente os liberais em matéria de religião apoiam abertamente um código de comportamento, baseado nas emoções, as quais são construídas sobre definições pessoais e sobre um comportamento de própria justificação. Com os seus lábios, elaboram um discurso de amor. Mas quando chega o momento de definir o que são os ideais e os critérios de Deus em matéria de comportamento humano, aqueles que vós, assim como aqueles com quem viveis deveriam adoptar, eles argumentam com veemência: «Reparai que a lei pode desumanizar-vos. Ela não favorece as relações... A lei pode cegar-vos, para com aquilo que é realmente importante... Ela torna também, os vossos pensamentos impessoais».

Essa maneira de dizer: «Cada um faça como bem entender», desvaloriza as instruções dadas na Bíblia. Um ministro protestante fez, recentemente, a seguinte observação: «Olhai para a Bíblia — espero que o que se vai seguir, não seja um sacrilégio para vós — mas a Bíblia podeis lê-la como qualquer outro livro. Estamos de acordo, que ela contem muitas coisas boas nas suas páginas. Mas vede também, que no Alcorão (da religião muçulmana), também está escrito, que se deve amar o seu próximo... Muitos escritos filosóficos e religiosos falam do amor pelo próximo». É verdade que grandes escritores escreveram sobre o amor. Também os dirigentes «cristãos» na Europa durante o último milénio, ensinaram o amor, mas na prática, na história, ficou bem gravado o ódio.

Martin Luther, o pai da Reforma protestante disse um dia: «Eu não amava, mas na realidade, eu odiava esse Deus justo... porque, estava revoltado contra Ele: Não era já suficiente para Deus, que tantos miseráveis tenham sido oprimidos com todo o género de calamidades por causa da lei dos Dez Mandamentos? Estava revoltado com um grande furor e uma consciência muito perturbada...», Enciclopédia Britânica, Edição 1970, Vol. 14. Porque razão, tantas pessoas são assim tão hostis para com Deus e para com a Sua lei perfeita, resumida nos Dez Mandamentos?

O apóstolo Paulo menciona essa luta natural do homem contra Deus e contra a sua lei, tal como ela é definida na Bíblia: «Porque a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não se submete à lei de Deus, nem na verdade o pode fazer» (Rom. 8:7). Paulo refere-se aqui, ao espírito natural do homem antes da sua conversão. Mas o homem terá que se arrepender desta hostilidade para com Deus e para com a sua lei, se quiser ser verdadeiramente abençoado e feliz!

Todos os males de que o mundo sofre, o ódio, o adultério, os crimes, os assassinatos, as guerras, os sofrimentos mentais e físicos, assim como a miséria, são todos a consequência directa da transgressão da maravilhosa lei. A lei perfeita da liberdade de Deus (Tiago 1:25), è o código de amor mais perfeito, que o homem jamais recebeu!

Quando Deus proclamou a sua lei real (Tiago 2:8), no monte Sinai aos Israelitas, Deus não deu dez sugestões! Pelo contrário, Ele promulgou os Dez Mandamentos (Êx. 20), com a firme intenção de que a Sua lei espiritual (muitas vezes denominada de, a lei «moral» ou «ética»), viesse a ser uma lei universal para toda a humanidade (Números 15:15-16; Is. 2:3). Os Dez Mandamentos, também são por vezes chamados o Decálogo.

Jesus aperfeiçoou a lei de Deus!

Mil e quinhentos anos antes da vinda de Cristo, o profeta Moisés tinha anunciado a vinda do Messias, tão esperado: «Eis que lhes suscitarei um profeta do meio dos seus irmãos, como tu, e porei as minhas palavras na sua boca, e Ele lhes fará saber tudo o que eu lhe ordenar» (Deut. 18:18). O profeta Isaías profetizou igualmente, que o Messias iria aperfeiçoar a lei de Deus (Is. 42:21). «O Senhor tomou nele prazer por causa da sua justiça, Ele tornou a sua lei grande e honrosa».

Então como é que a lei de Deus foi aperfeiçoada ou completada por Jesus Cristo? «Ouvistes o que foi dito aos an-tigos: Não matarás, mas qualquer que matar será réu do juízo. Eu porém vos digo que, qualquer que sem motivo se encolerizar contra seu irmão, será réu de juízo» (Mat. 5:21-22). Jesus Cristo não veio abolir a lei que proibia matar, (Êx.20:13) antes pelo contrário, Ele a amplificou!

Jesus também confirmou o sétimo mandamento, que proíbe ou condena o adultério. Ele disse aos homens, que não deviam somente observar a letra da lei, mas também o espírito da lei: «Ouvistes o que foi dito aos antigos: Não cometerás adultério. Eu porém vos digo, que quem atentar numa mulher para a cobiçar, já em seu coração cometeu adultério com ela» (Mat. 5:28-29).

Quando uma mulher, apanhada em adultério, foi levada diante de Jesus, Ele não a condenou pela sua grande falta de carácter moral, mas disse-lhe que se arrependesse do seu pecado: «Também eu te não condeno, vai e não peques mais» (João 8:3-11). Jesus mostrou a sua misericórdia, ao mesmo tempo que acabava de amplificar ou aperfeiçoar o sétimo mandamento (Êx. 20:14).

Também o profeta Isaías profetizou, que Jesus viria a confiar a lei de Deus aos seus discípulos, para que estes a protegessem. «Liga o testemunho, sela a lei entre meus discípulos» (Is. 8:16). Durante a sua vida na Terra, Jesus Cristo confirmou a lei de Seu Pai e ensinou os seus discípulos a fazerem o mesmo. «... Deus não faz acepção de pessoas» (Act. 10:34). Ele não deu uma lei para os Judeus e outra para os pagãos. «Uma mesma lei haja para o natural, e para o estrangeiro que peregrinar entre vós» (Êx. 12:49). «Uma mesma lei e um mesmo direito haverá para vós, e para o estrangeiro que peregrinar convosco» (Números 15:16 e 29).

Deus nunca teve mais do que uma lei e do que uma religião para os Israelitas e para os pagãos. Assim, dizer que Deus tinha a intenção de reservar a Sua lei espiritual, (os Dez Mandamentos), para os Judeus, enquanto que para o resto da humanidade, bastava contentarem-se com o «amor», sem ter em conta a Sua lei espiritual, é fazer pouco de Deus e da Sua justiça!

Jesus veio abolir ou confirmar os Dez Mandamentos?

Recentemente, um ministro protestante disse à sua congregação: «Jesus não veio para tentar abolir a lei ou para a confirmar... Ele veio para a SUBSISTUIR pela sua personagem»! Isto, na verdade, é algo sem fundamento.

Muitos teólogos eruditos bíblicos, não compreendem absolutamente nada, assim como também não sabem explicar o que Cristo queria dizer ao afirmar: «Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas, não vim abrogar mas cumprir. Porque em verdade vos digo que,... nem um jota ou um til se omitirá da lei, sem que tudo seja cumprido» (Mat. 5:17-18). «Qualquer pois, que violar um destes mais pequenos mandamentos e assim ensinar aos homens, será chamado o menor no reino dos céus» (v. 19).

Que significa, realmente, o termo cumprir? A palavra grega «Pleroo» significa «preencher totalmente, cumprir, realizar, acabar, ou ainda, aperfeiçoar», o que estava escrito na lei e nos profetas. «A ninguém deveis coisa alguma, a não ser o amor com que vos ameis uns aos outros; porque quem ama os outros cumpriu (do grego «pleroo») a lei», disse Paulo (Rom. 13:8).

Se alguém ama o seu próximo como a si mesmo, ele não o matará, ele não lhe mentirá, ele não cometerá adultério com ele ou com ela. Mas com a ajuda do Espírito Santo de Deus, ele cumprirá (Pleroo), a lei dos Dez Mandamentos, que explica ao homem, como amar o seu próximo como a si mesmo. «O amor não faz mal ao próximo. De sorte que o cumprimento (do grego pleroma) da lei é o amor» (Rom. 13:10).

Também Tiago, o meio irmão de Jesus, explicou o significado de «cumprir». Assim ele escreveu: «Todavia, se cumprirdes (grego pleroo) conforme a Escritura, a lei real: Amarás o teu próximo como a ti mesmo, bem fazeis. Porque aquele que guardar toda a lei (neste contexto, «toda a lei» significa os Dez Mandamentos), e tropeçar em um só ponto, tornou-se culpado de todos. Porque aquele que disse: Não cometerás adultério, também disse: Não matarás. Se pois, tu não cometeres adultério, mas matares, estás feito transgressor» (Tiago 2:8, 10-11). Duas vezes, o apóstolo Tiago chama à lei de Deus, a lei da liberdade. (Tiago 1:25 e 2:12). A lei de Deus não escraviza ninguém, nem desumaniza ninguém, antes pelo contrário, ela liberta e humaniza! Jesus Cristo veio cumprir a lei de Seu Pai e cumpriu-a de duas maneiras. A primeira, ao cumprir as profecias que lhe diziam respeito na Lei, nos Profetas e nos Salmos (Luc. 24:44). A segunda maneira, ao vir cumprir a lei, no sentido da OBEDIÊNCIA, o que quer dizer pôr em prática. Se Jesus tivesse abolido a lei de Seu Pai, hoje não haveria nenhuma transgressão e neste caso também não existiriam os pecados, dos quais nos devemos arrepender, porque é claro que é impossível haver a transgressão de uma lei que não existe, ou que foi abolida. Assim, se não há lei, ninguém peca e se ninguém peca, ninguém precisa de um Salvador que nos venha libertar do pecado, que como muitos pensam, já não existir! Mas dizer ou pensar tais coisas é tornar inútil o sangue de Jesus Cristo (Heb. 10:28-29).

Os apóstolos de Jesus mantiveram viva a lei de Deus?

As escrituras inspiradas no Novo Testamento mostram, em unanimidade, que Jesus em vez de transgredir a lei de Seu Pai, sempre a pôs em prática e a respeitou. Ele próprio afirmou: «Eu tenho guardado os mandamentos de Meu Pai» (João 15:10). Ele sabia que Seu Pai era o Legislador Supremo (Tiago 4:12).

Mas o que pensar dos apóstolos? Teriam eles ensinado, como Jesus, que todos os homens deviam «guardar os mandamentos» (Mat. 19:17)?

O apóstolo Pedro disse: «Arrependei-vos e cada um de vós seja baptizado» (Act. 2:38). Como é que alguém se pode arrepender, se não souber do que é que se tem de arrepender? A Bíblia mostra-nos, que nos devemos arrepender do pecado, ou seja, que devemos evitar de cometer iniquidade, que é transgredir a lei (I João 3:4).

O apóstolo João escreveu: «Aquele que diz: Eu conheço-o e não guardar os seus mandamentos, é mentiroso e nele não está a verdade» (I João 2:4). Pensais que Deus ouve as nossas orações, se não respeitarmos os seus mandamentos? O apóstolo João escreveu: «E qualquer coisa que lhe pedirmos, dele o receberemos, porque guardamos os Seus mandamentos e fazemos o que lhe é agradável» (I João 3:22). «Nisto conhecemos que amamos os filhos de Deus, quando amamos Deus e guardamos os seus mandamentos e os seus mandamentos não são pesados» (I João 5:2-3).

Quando João escreveu o último livro da Bíblia, o «Apocalipse», por volta do ano 100 D.C., ele disse: «Bem aventurados aqueles que lavam os seus vestidos (na versão inglesa, King James, guardam os mandamentos), para que tenham direito à árvore da vida e possam entrar na cidade pelas portas (a nova Jerusalém)» (Apoc. 22:14).

Que pensava Tiago, o meio irmão de Jesus, no que dizia respeito aos Dez Mandamentos? Ele chamava-lhe a lei da liberdade, e não uma lei de escravidão «Aquele porém, que atenta bem para a lei perfeita da liberdade, e nisso preserva, não sendo um ouvinte esquecediço, este tal será bem-aventurado no seu feito ou na sua actividade» (Tiago 1:25). Ele acrescentou ainda: «Se cumprirdes, (grego pleroo), a lei real conforme a Escritura, bem fazeis» (Tiago 2-8). É assim, que Tiago mostra, que a lei de Deus é uma lei real, uma lei perfeita de liberdade, mas que o simples facto de transgredir um único mandamento dos dez mandamentos, torna culpado quem o fizer e desta forma fica debaixo da penalização que lhe está atribuída, que é a morte. Todo o homem que transgredir um único mandamento é como se os transgredisse a todos (Tiago 2:8-11).

Quanto a Paulo, o apóstolo dos gentios, este pergunta: «Anulamos pois a lei pela fé? De maneira nenhuma, antes estabelecemos a lei» (Rom. 3:31). «Assim, a lei é santa e o mandamento, santo, justo e bom» (Rom. 7:12). Anularia Jesus alguma coisa que é santo, justo e bom? Paulo disse ainda: «A lei é espiritual» (v. 14).

Os Dez Mandamentos de Deus não são uma lei «cerimonial» ou «ritual», mas uma lei espiritual. Não existe a mínima dúvida, que não há ninguém que possa provar pelas Escrituras, que existe uma passagem que anule um único dos Dez Mandamentos, quer seja no Novo, como no Antigo Testamento. Os Dez Mandamentos constituem a base de toda a lei Espiritual de Deus! Sem eles, o homem caminharia ou caminhará às cegas, mesmo que se esforce por encontrar o bom caminho num mundo que caminha na escuridão religiosa. «Porque o mandamento é uma lâmpada, e a lei uma luz, e as repreensões da correcção são o caminho da vida» (Prov. 6:23).

Existem várias profecias que nos revelam, que num futuro mais ou menos próximo, a lei de Deus sairá de Jerusalém e se espalhará por todas as nações (Is. 2:3). Finalmente, a humanidade desejará aprender a obedecer à lei perfeita de Deus, aos Dez Mandamentos! Quando os homens decidirem observar a lei de Deus, então «Os povos converterão as suas espadas em enxadões e as suas lanças em foices. Não levantará espada nação contra nação, nem aprenderão mais a guerrear» (Is. 2:4). É somente a partir daí, que no Reino de Deus, todas as nações terão a experiência duma saúde florescente, duma paz universal, da felicidade da prosperidade em abundância para todos (Is. 11:6-9).

Actualmente, se vivêssemos todos observando os Dez Mandamentos se todos nós considerássemos o nosso próximo com um amor e respeito sincero (Mat. 7:12, 22:39), cada um já gozaria duma paz de espírito, que eliminaria uma grande quantidade de doenças mentais e emocionais que afectam a humanidade. Com que resultado? Os hospitais e instituições de doenças mentais deixariam de fazer grandes negócios. Se cada homem vivesse, na realidade, de acordo com os Dez Mandamentos de Deus, a ambição desmedida, a cobiça, a desonestidade, a mentira e o roubo, o adultério e a morte, os crimes e a violência acabariam. Quanto ao alcoolismo, assim como o consumo de tabaco e drogas desapareceriam da Terra.

Os filhos honrariam os seus pais e a sociedade, enquanto que os pais testemunhariam um amor digno de pais e de mães (Êx. 20:12). Os maridos e as esposas amar-se-iam mutuamente, sem que entre eles houvessem falsidades (Êx. 20:14). Também os divórcios iriam terminar pouco a pouco. Desta forma, os problemas em geral da sociedade teriam fim num tempo muito curto.

As crianças, essas poderiam brincar em segurança nos seus jardins, sem terem que temer serem mal tratadas, violadas, roubadas e assassinadas! A falta de higiene e a pobreza dos bairros de lata teriam também o seu fim. As cidades estariam cheias de jovens de boa saúde e felizes, com olhares sinceros e simples, brincando nas bonitas ruas, limpas e seguras. «Nesse tempo, a cidade se encherá de meninos e meninas que nelas brincarão» (Zac. 8:5). Estas profecias serão uma realidade, não somente dentro de cidade de Jerusalém, mas também para toda a Terra.

O rei David, o homem encontrado com o coração, segundo o coração de Deus, escreveu: «Os preceitos do Senhor são rectos e alegram o coração; o mandamento do Senhor è puro e alumia os olhos. O temor do Senhor é limpo e permanece eternamente; os juízos do Senhor são verdadeiros e justos juntamente. Mais desejáveis são do que o ouro, sim, do que muito ouro fino; e mais doces do que o mel e o licor dos favos. Também para eles é admoestado o teu servo; e em os guardar há grande recompensa» (Sal. 19:8-12).

Se acreditais que há um Deus Criador, deveis compreender pela sua palavra, que a sua lei não desumaniza ninguém. assim como também não vos conduzirá a ter relações impessoais e mecânicas. Pelo contrário, quando a lei de Deus for aplicada universalmente, ela conduzirá, ensinando o mundo a viver em paz, com alegria e amor, pela primeira vez na história da humanidade. Será então, que o amor de Deus e do próximo serão perfeitos, não somente em palavras, mas também nas acções!