OS QUATRO CAVALEIROS DO APOCALIPSE

Há já uns tempos, que temos estado a examinar o livro do Apocalipse, esta grande profecia, que a maioria das pessoas consideram como sendo um livro secreto ou misterioso, ou mesmo incompreensível. Na maioria das Bíblias, ele é denominado «Apocalipse de João». Ora, como iremos ver, este livro não é de João, foram os tradutores que acrescentaram estas palavras. As quatro primeiras palavras desse livro dizem-nos que se trata de uma revelação de Jesus Cristo. Durante os últimos dezanove séculos, muitas foram as explicações dadas, a respeito do livro do Apocalipse, mas muito poucas foram provadas pela Bíblia. Sem mencionarmos Deus Pai, somente Jesus Cristo foi achado digno de revelar o conteúdo deste livro. É o que nos confirma o capítulo 5: «E vi um anjo forte, bradando com grande voz. Quem é digno de abrir o livro e de desatar os seus selos? E ninguém no céu, nem na terra, nem debaixo da terra, podia abrir o livro, nem de o ler, nem de olhar para ele. E disse-me um dos anciãos: Não chores: Eis aqui o Leão, da tribo de Judá, a raiz de David, que venceu para abrir o livro e desatar os seus sete selos» (Apoc. 5:2-5).

Nenhum ser espiritual, fosse qual fosse, o local onde se pudesse encontrar, era digno de abrir este livro. A narração continua, afirmando que, só o Cordeiro imolado era digno de tomar o livro e de abrir os selos. Os sete selos selavam o livro todo, isto aplica-se ao livro completo. Mas como veremos o sétimo selo divide-se em sete trombetas e a sétima trombeta divide-se em sete pragas, ou taças. Durante o seu ministério, Jesus falava à multidão sob a forma de parábolas, para que o não compreendessem, mas logo que se encontrava a sós, ou em privado, com os seus discípulos, Jesus dava-lhes a explicação das suas parábolas (Mat. 13:10-15, 18, 34, 36). Do mesmo modo, também o livro do Apocalipse é apresentado de forma simbólica, para que se torne incompreensível, para aqueles que não se interessam sinceramente. Mas Jesus explicou claramente o significado dos acontecimentos futuros, descritos no livro do Apocalipse, quando se encontrava no monte das Oliveiras, na companhia dos seus apóstolos. Essa foi a mais longa profecia que Ele deu, durante a Sua vida na Terra e que nos foi transmitida pelos evangelhos. Durante uma conversa que Jesus teve com os seus discípulos, Ele lhes explicou os acontecimentos que vão acontecer pouco antes da Sua próxima vinda, que será no fim da nossa época.

«E estando Ele assentado no monte das Oliveiras, chegaram-se a Ele os seus discípulos em particular dizendo: diz-nos quando serão estas coisas, e que sinal haverá da tua vinda e do fim do mundo?». A palavra «mundo» é traduzida do grego «aion» que significa época (Mat. 24:3). Esta mesma passagem é também descrita em Marcos 13 e Lucas 21. Ao relatar-nos as palavras de Jesus, Mateus fala das guerras, da fome, das pestes que aconteceram em Jerusalém e outras regiões, no ano 70 da nossa época, mas isso, foi apenas, numa pequena escala. Nesta profecia, ao contrário do que João viu na ilha de Patmos, 25 anos depois das guerras judaicas na Palestina, que originou a ruína de Jerusalém e a destruição do Templo. O que o apóstolo João viu, não foram coisas que se viessem a passar na sua vida, mas antes numa época, durante a qual os homens teriam meios de se destruírem totalmente, obrigando Jesus a intervir, a fim de evitar a destruição de toda a vida na Terra. «Porque haverá então grande aflição, como nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem tão pouco há-de haver. E se aqueles dias não fossem abreviados, nenhuma carne se salvaria» (Mat. 24:21-22). Algumas traduções traduzem as palavras «nenhuma carne se salvaria», por «ninguém ficaria vivo» (tradução Crampon), «Nenhuma criatura escaparia» (tradução Maredsous), «Nenhuma carne se salvaria» (tradução João Ferreira de Almeida e André Chouraqui). Trata-se assim de uma época, em que o homem teria meios para eliminar toda a vida sobre a face da Terra, uma época, após a qual, a vida animal não existiria. É bom recordar, que por vezes as profecias têm duas fases de conclusão, por isso esta teve uma primeira fase, que Cristo anunciou em Mateus 24, e que teve lugar em pequena escala no princípio da nossa era, mas esta terá lugar uma segunda vez, numa escala enorme. Na sua cavalgada, os quatro cavaleiros do Apocalipse levam grandes guerras, fomes, epidemias, que atingirão a maior calamidade da era humana, o que abre caminho para a grande necessidade da vinda de Cristo. Vamos agora examinar, o que se vai passando à medida que Jesus vai abrindo cada um dos sete selos e anunciando o que irá acontecer. «E, havendo o Cordeiro aberto um dos selos, olhei; e ouvi um dos quatro animais, que dizia, como em voz de trovão: vem e vê. E olhei, e eis um cavalo branco, e ao que estava assentado sobre ele tinha um arco; e foi-lhe dado uma coroa e saiu vitorioso e para vencer» (Apoc. 6:1, 2). A quem é dirigida esta ordem «vem»? Não é ao apóstolo João, mas sim, ao cavaleiro montado no cavalo branco, que é assim convidado a fazer a sua entrada em cena. Muitas interpretações foram dadas acerca do primeiro cavaleiro, no cavalo branco. Afirmam que se trata de Jesus Cristo e da sua obra sobre a Terra, isto porque pensam que corresponde a Cristo, descrito no capítulo 19. Mas se recordarmos as palavras de Jesus no monte das Oliveiras, Ele tinha anunciado um falso clero, assim como falsos profetas, que viriam pretendendo ser seus servos e que enganariam a muitos. Leiamos este aviso em Mateus 24:4, 5. «E Jesus respondendo disse-lhes: Acautelai-vos, que ninguém vos engane, porque muitos virão em meu nome, dizendo eu sou o Cristo; e enganarão a muitos». Na sua segunda epistola aos Tessalonicenses, o apóstolo Paulo advertiu-os, que o ministério da injustiça já operava (II Tess. 2:7). E pouco depois, já falava um pouco mais severamente à igreja que estava em Corinto. «Porque se alguém for pregarvos outro Jesus, que nós não temos pregado ou se recebeis outro espírito, que não recebeste ou ainda outro evangelho, que não abraçastes com razão o sofrereis...», e falando desses homens que viriam disfarçados de apóstolos de Cristo, com doutrinas contrárias à verdade, ele acrescentou: «Porque tais falsos apóstolos são obreiros fraudulentos, transfigurando-se em apóstolos de Cristo». Leiam este aviso em II Coríntios 11:4, 13-15. Judas, o meio irmão de Jesus escreve por sua vez: «Porque se introduziram alguns, que já antes estavam escritos para este mesmo juízo, homens ímpios, que convertem em dissolução a graça de Deus, e negam a Deus, único dominador e Senhor nosso Jesus Cristo» (Jud. 4). Mas como foi feita esta dissolução? Muito simplesmente afirmando, que, se nós estamos debaixo da graça, já não estamos debaixo da lei. Desta forma, não nos deveríamos mais preocupar com a lei de Deus. Mas também não é difícil ver, que eles se esquecem de dizer, que o pecado é a transgressão da lei (I João 3:4). Ao afirmarem que a lei foi abolida, eles levam os homens, a viver erradamente no pecado. É verdade, que o cavaleiro do cavalo branco representa um «cristo», mas não é o verdadeiro Cristo, é um falso cristo. Ele leva com ele um evangelho falsificado, tal como o apóstolo Paulo o afirmou aos Coríntios na sua segunda epístola. Esses pregadores mentirosos trabalham em nome de Jesus Cristo, eles apropriaram-se do Seu nome, apresentando-se como representantes de Deus, mas na realidade, eles são enganadores, com uma sedução, inteligentemente, falsificada. Sim, porque modificam as Escrituras, para que correspondam ao seu ensino, mas o que na verdade deveriam ensinar, é o que as Escrituras, verdadeiramente, dizem. Ao disfarçarem-se de ministros da justiça, fazem-se passar por «apóstolos de Cristo», como Paulo confirma e assim seduzem a muitos, à grande maioria.

Mas então, como poderemos ter a certeza de reconhecer o verdadeiro Cristo? Comparando Apocalipse 6:1,2 com Apocalipse 19:11-16. Na sua vinda, Jesus Cristo, o verdadeiro, também montará um cavalo branco, mas o seu nome é Fiel e Verdadeiro. Da sua boca sairá uma espada, esta espada é a palavra de Deus (v. 5). Esta é uma arma mais penetrante, que uma espada de dois gumes (Heb. 4:12). Na sua cabeça haverá muitos diademas e no seu vestido, e na sua coxa estará escrito este nome, «Rei dos reis, e Senhor dos senhores». Ao contrário do falso cristo, que terá na sua cabeça uma coroa e um arco na sua mão. O arco não é símbolo da verdade, assim este cavaleiro é um disfarce do verdadeiro Cristo e enganará a muita gente. Também é claro, que a época do aparecimento do primeiro cavaleiro (Apoc. 6), é bastante distante da vinda de Cristo. Grandes e terríveis acontecimentos deverão ainda acontecer, antes da vinda de Cristo. Esta vinda, que irá pôr termo às pragas e desgraças que se irão abater sobre a Terra. Estes dois cavaleiros aparecerão em épocas bastante distantes e assim não poderá haver confusão, o falso cristo aparecerá primeiro, enquanto que o regresso de Jesus acontecerá, somente, depois de numerosos e terríveis acontecimentos, aos quais Ele porá fim. Se o primeiro cavaleiro fosse Jesus, então Ele viria antes da grande angustia e antes da grande tribulação, que será provocada por Satanás. Mas a Bíblia mostra, claramente, que não será o caso. Tanto Paulo, como Judas e outros anunciam a vinda de falsas religiões, que se serviriam do nome de Jesus, afirmando serem cristãos. Elas apareceram, já no seu tempo e desde aí, não deixaram de se multiplicar.

Não deveis confundir o primeiro dos quatro cavaleiros do Apocalipse com Jesus, porque, mesmo se cada um monta um cavalo branco, o primeiro anuncia, para o fim da nossa época, um poderoso falso profeta que fará enormes prodígios, descritos nos capítulos 13 e 16 desse livro. Ele terá uma grande influência sobre a vida política, é o que nos explica o capítulo 17. Esse falso profeta será um instrumento de Satanás, será dotado de um poder extraordinário, ao ponto de com os seus sinais e prodígios, ser admirado pelo mundo. Somente o pequeno rebanho, esses que aceitarem fazer a vontade de Deus, pondo em prática toda a Sua palavra, reconhecerão o que ele é na verdade e Deus os ajudará a não se deixarem seduzir e a não participarem nas grandes pragas que se abaterão sobre a Terra. Mesmo havendo um martírio dos santos do Altíssimo, como se pode ver quando da abertura do 5º selo. Não devemos entrar em pânico diante dos próximos acontecimentos. Muitos charlatões e malfeitores serviram-se destas narrações, para instalar um clima de terror, no seio das suas comunidades, o que levou algumas vezes ao suicídio colectivo. Mas não vos desencorajeis, porque Deus prometeu que nunca nos abandonaria. Esta revelação mostra-nos, que depois desses dias, Jesus Cristo reinará. Então haverá a verdadeira paz, felicidade e abundância sobre a Terra.

OS QUATRO CAVALEIROS DO APOCALIPSE (2ª parte)

Como vimos, ao primeiro cavaleiro é dada a ordem da sua aparição, no momento em que Jesus abre o primeiro selo que sela o livro. Vejamos agora o que acontece, quando Jesus abre o segundo selo. «E havendo aberto o segundo selo, ouvi o segundo animal, que dizia: Vem e vê. E saiu outro cavalo vermelho; e ao que estava assentado sobre ele, foi dado que tirasse a paz da Terra e que se matassem uns aos outros, e foi-lhe dada uma grande espada» (Apoc. 6:3, 4). Este cavaleiro vai tirar a paz da Terra, para que os homens se matem entre si. Compreendemos facilmente, que este cavaleiro traz a guerra. Desde sempre existiram guerras sobre a Terra, mas se examinarmos a história, constatamos que depois da época de Cristo, elas foram aumentando de incidência, até atingirem uma proporção mundial. Depois da 2ª Guerra Mundial, sempre existiram combates, mas este cavaleiro sai equipado com uma grande espada, a fim de provocar uma guerra como ainda nunca existiu. Quando da sua profecia no monte das Oliveiras, Jesus tinha anunciado: «E ouvireis de guerras e rumores de guerras; olhai, não vos assusteis porque é necessário, que isso tudo aconteça, mas ainda não é o fim. Porque uma nação se levantará contra outra, e um reino contra outro reino...» (Mat. 24:6, 7).

Este cavalo vermelho irá provocar uma guerra, que será a primeira e última desse género. Ela acabará num enorme cataclismo de uma dimensão tal, que Jesus vai ter de intervir, caso contrário nenhuma vida humana sobreviverá. Mas Jesus porá fim a essa guerra e estabelecerá, então, o seu reino sobre a Terra. Jesus quer que saibamos, o quanto esta guerra será violenta, avisando-nos dizendo: «Porque haverá então grande aflição, como nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem tão pouco há-de haver. E se aqueles dias não fossem abreviados, nenhuma carne se salvaria» (Mat. 24:21, 22). No meio das vítimas do segundo cavaleiro, haverá descendentes modernos do antigo Israel, que são os países Anglo-Saxões, os Estados Unidos da América e alguns países democráticos da Europa Ocidental. Explicamos este assunto noutros escritos. Foi a esses países, que foi dirigida a profecia de Ezequiel, que diz: «Um terço dos habitantes morrerá da peste e será consumida pela fome no meio de ti, outra terça parte à espada ao redor de ti, e outra terça parte espalharei a todos os ventos e a espada desembainharei atrás deles. Em todos os vossos lugares habitáveis, as cidades serão destruídas, e os altos serão assolados...» (Ez. 5:12 e 6:6). Estas declarações são terríveis e angustiosas, mas Jesus reconforta os seus discípulos ao dizer-lhes: «Não vos assusteis» (Mat. 24:6). Se a humanidade aceitasse voltar-se para Deus, procurando um arrependimento profundo e sincero, passando a viver em conformidade com as Escrituras, estas coisas poderiam não acontecer.

Examinemos o terceiro cavaleiro. «E havendo aberto o terceiro selo, ouvi dizer ao terceiro animal: Vem e vê. E olhei e eis um cavalo preto, e o que sobre ele estava montado tinha uma balança na sua mão. E ouvi uma voz, no meio dos quatro animais que dizia: uma medida de trigo por um dinheiro; e três medidas de cevada por um dinheiro e não danifiques o azeite e o vinho» (Apoc. 6:5, 6). Este cavaleiro, equipado de uma balança, simboliza a escassez de alimentos. Uma medida é um «coenix», que equivale a cerca de um litro. Não sabemos quanto poderá custar, exactamente nos dias de hoje, mas naquele tempo, custava o salário de um dia, de um bom trabalhador. A cevada era o alimento dos pobres, dos que não tinham possibilidades de comprar trigo. É certo que continuava a haver azeite e vinho, mas dificilmente estes últimos líquidos poderiam garantir a sobrevivência dos homens. Também é verdade, que em todos os tempos da civilização, houve fomes, num ou noutro ponto do globo, mas esta não será uma fome devido a maus ciclos ou devido a acontecimentos dramáticos. Não, esta fome será a nível mundial.

O que nos traz o quarto cavaleiro? «E havendo aberto o quarto selo, ouvi uma voz do quarto animal, que dizia: Vem e vê. E olhei, e eis um cavalo amarelo, e o que estava assentado sobre ele, tinha por nome morte e o inferno o seguia: e foi-lhes dado poder para matar a quarta parte da Terra, com espada, e com fome, e com peste, e com as feras da Terra», (Apoc. 6:7, 8). Quando o quarto selo é aberto João vê um cavalo amarelo ou pálido. A palavra «amarelo» é traduzida do grego «Chloros», certas traduções traduzem-na por «cadavérico» (versão Sinodal), «lívido» (versão Darby) ou ainda «pálido» (versão T.O.B.). O inferno, mencionado nesta passagem, é a sepultura. Ela acompanha o cavaleiro, porque os mortos serão em grande quantidade, não somente por causa deste cavaleiro, mas também por causa dos outros dois, anteriores. Que um levava a guerra e o outro a fome é o que confirma a frase: «E foi-lhe dado o poder para matar a quarta parte da Terra». A quarta parte da Terra é um quarto da humanidade, porque a visão de João é respeitante a toda a humanidade. Lemos que o homem morrerá pela guerra, pela fome, pela mortalidade e bestas selvagens.

Porquê a espada? Por causa da guerra como é lógico, mas também, porque se matarão uns aos outros por causa de um simples bocado de pão, por uma batata, ou mesmo por um pouco de legumes, por qualquer coisa que se possa comer e como todos sabemos, a fome provoca a violência. A fome é anunciada pelo terceiro cavaleiro, esta será de uma dimensão tal, que voltaremos a ver, o que já aconteceu e que se encontra na da Bíblia, mas em maiores proporções: «E lhes farei comer a carne dos seus filhos, e a carne das suas filhas, e comerá cada um a carne do seu próximo...» (Jer. 19:9). Ezequiel escreveu: «Portanto os pais comerão os seus filhos no meio de ti, e os filhos comerão seus pais, e executarei em ti juízos, e espalharei todo o remanescente a todos os ventos» (Ez. 5:10). A Bíblia não diz, que os pais matarão os seus filhos, mas eles comerão os seus cadáveres, e não deveis pensar que isto é impossível, pois estas coisas, também já se passaram durante a 2ª Guerra Mundial, na cidade cercada de Leninegrado. De recordar ainda, um avião que caiu na cordilheira dos Andes, há já alguns anos, em que os sobreviventes tiveram que comer a carne dos mortos, para poderem sobreviver.

Que significa a morte? (Apoc. 6:8). É o resultado das epidemias causadas pela guerra, que como sempre, trazem atrás de si o triste cortejo da fome e de epidemias, que destroem ainda mais vidas humanas.

Porquê as bestas selvagens? Porque os alimentos serão escassos para todos e até é muito provável, que os animais domésticos acabem por se tornar selvagens e atacar o homem. Neste caso, esses animais poderão tornar-se raivosos, o que permitirá transmitir essa doença ao homem e será assim, mais uma doença, para juntar a tantas outras. Já nos nossos tempos, existem doenças que são transmitidas para o homem através de animais. Também sabemos, que assim que há uma época de fome, os ratos e outros animais procuram os locais habitados, na procura de alimentos. Como já vimos, a cavalgada dos quatro cavaleiros, causará a morte de um quarto dos habitantes da Terra.

Depois chegamos ao quinto selo. «E, havendo aberto o quinto selo, vi debaixo do altar, as almas dos que foram mortos por amor da palavra de Deus e por amor do testemunho que deram. E clamavam com grande voz, dizendo: Até quando, ó verdadeiro e santo dominador, não julgas e vingas o nosso sangue, dos que habitam sobre a Terra?» (Apoc. 6:9, 10). O livro do Levítico confirma-nos, que a alma de toda a carne é o seu sangue (Lev. 17:14). As almas, o sangue que João vê na sua visão, encontra-se na base do altar dos sacrifícios. É claro que isto é simbólico, assim como as orações dos santos, simbolizadas pelo perfume (Apoc. 5:8). O sangue dos mártires dos séculos passados, este sangue que foi oferecido em sacrifício voluntário a Deus, ao darem a sua vida pela verdade, este sangue aparece junto a base do altar, e clama. O grito ou a voz do sangue dos mártires sobe até Deus para pedir vingança. Também isto é simbólico. E podemos comparar esta passagem, com aquela em que Deus falou do sangue de Abel. «A voz do sangue do teu irmão clama a mim desde a Terra». Também esta passagem é simbólica. Todos nós sabemos , que o sangue não fala. Esses mártires, esses santos que morreram em Cristo não se encontram no céu. Tal como Abel continuam no pó da terra, sem pensamento, nem obra, até à vinda de Jesus Cristo (Ecl. 9:10). Uma outra passagem diz-nos: «E vi as almas daqueles que foram degolados pelo testemunho de Jesus, e pela palavra de Deus... E viveram e reinaram com Cristo durante mil anos» (Apoc. 20:4). Se estas almas voltaram à vida é porque estavam mortas, elas não eram imortais. Todos estes mártires foram mortos por terem dado testemunho da verdade e assim vieram a ser mártires dos séculos passados. Prossigamos a leitura «E foram dadas a cada um, compridas vestes brancas e foi-lhes dito que repousassem até que também se completasse o número dos seus conservos e seus irmãos, que haviam de ser mortos, como eles foram» (Apoc. 6:11). As vestes brancas, são os vestidos da justiça ou da purificação. Antes de voltarem à vida, vão ter de esperar, até que a quantidade de mártires esteja completa, até que os previstos mártires dos tempos do fim, estejam como eles, num mundo de silêncio. O quinto selo é a grande tribulação, a grande angústia, que é o tempo da ira de Satanás, contra os Santos do Altíssimo.

Mas porquê, todos estes sofrimentos? Porque a humanidade não conhece o verdadeiro Deus, os homens não O procuram, e desta forma, não podem acreditar Nele, nem obedecer-lhe. A humanidade deixou-se seduzir pelo falso clero e por Satanás que engana toda a Terra,(Apoc. 12:9). É o que ele faz e continuará a fazer.